Em 2019, realizamos uma enquete sobre as situações mais absurdas vivenciadas por mulheres nas organizações. Dentre tantos relatos, o que mais se destacou foram as inúmeras perguntas em entrevistas e ou até mesmo em ambientes de trabalho sobre ter filhos ou a pretensão de ter. Ainda que soe absurdo, observamos um silêncio ensurdecedor, não só daqueles que não se manifestam e são coniventes, mas da forma como alguns profissionais normalizam essas práticas em suas rotinas. Nesta pandemia, agravou-se a precarização e a realidade destas mães trabalhadoras. Em destaque, temos as profissionais de saúde que estão na linha de frente da crise sanitária, trabalhadoras autônomas, domésticas, professoras, auxiliares de limpeza, profissionais de RH, caixas de supermercado, atendentes de farmácia entre várias outras que ou não podem viver um isolamento ou precisam enfrentar dilemas de separação física de seus filhos com uma sobrecarga de trabalho. Estamos falando de uma lógica sutil que impõe a responsabilidade nas mães do funcionamento da "economia do cuidado". 75% das mulheres ainda são responsáveis pelos cuidados não remunerados do mundo. Cuidar das famílias, da casa, da renda e da empregabilidade são dilemas vivenciados há muitos anos mas que nesta pandemia só evidenciou o quanto elas estão mais vulneráveis e suscetíveis à sobrecarga de trabalho, o adoecimento mental e/ou a violência doméstica. Portanto, neste dia das mães ficam as reflexões: ficar em casa com um parceiro abusador nem sempre é ficar segura; ser mãe significa ganhar menos ou que, quando estão grávidas, dizem que ganharam "folga"; assédio sexual e moral contra mulheres não é histeria; escolher ser mãe não é um momento de fraqueza. Chegou a hora de pensarmos qual presente a sociedade poderia dar a estas mães!
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