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Você não estava aqui...e agora está! Teletrabalho, Pandemia e Trabalhadores

O teletrabalho ou o home office tem sido estudado e implementado em algumas empresas, principalmente fora do Brasil. Visto como uma forma diferenciada de trabalho, tem sido trazida aos poucos para o Brasil, principalmente por órgãos públicos, onde servidores em gestão de pessoas têm estudado formas inteligentes em realizar tais mudanças e aperfeiçoando aos poucos. No entanto, com advento da pandemia do corona vírus, muitas empresas e órgãos se viram na NECESSIDADE em viabilizar o teletrabalho para frear a pandemia sem ter que parar por completo a empresa. Neste texto, trazemos alguns cuidados importantes. No teletrabalho, o empregador não pode definir a jornada de trabalho (8 às 18 hrs), desde que defina pré-requisitos previsíveis no tipo de contrato de trabalho. Sugerimos a importância de se estabelecer inicialmente estes pré-requisitos, desde jornada às metas, horas extras e despesas arcadas pelo trabalhador (internet, luz, dentre outras). Afinal, o combinado não sai caro. Um outro aspecto importante é o auto cuidado que o trabalhador deverá ter para prevenir acidentes de trabalho (e, neste caso, transtornos mentais também podem ser acidentes de trabalho). Outro ponto importante é que o teletrabalho não é mesmo em qualquer ambiente de trabalho e, claro, exigências das tarefas e mensuração clara de desempenho. Ainda, o teletrabalho neste momento de pandemia suscita a importância de discutirmos o que, de fato, é urgente e também a relação trabalhador-família-trabalho. Sem as restrições do momento, como era essa relação na empresa? No filme de Ken Loach "Você não estava aqui" (2020), é contada a história de uma família em meio às constantes adaptações às flexibilidades exigidas aos trabalhadores. A mãe, que é cuidadora de idosos, precisa mediar as aflições de lidar com pessoas abandonadas por suas famílias e uma rotina de visitas just in time (com horários marcados) e ser avaliada por apenas estar presente nos locais previstos. O pai autônomo/franqueado de uma empresa de entregas é rigidamente controlado pelo monitor de entregas onde o próprio cliente pode fiscalizar. Tais formas "independentes" de trabalho em muito invadem o cotidiano familiar. Como a regra nestes casos é a sobrevivência, todos têm que engolir seco os conflitos familiares e viverem em volta do trabalho. Passando estes tempos sombrios desta doença, as empresas e, principalmente, os setores de Gestão de Pessoas precisarão repensar urgentemente esta relação com o direcionamento para duas perguntas: afinal, qual é o sentido em se trabalhar? Que trabalho é esse ofertado nesta empresa?

Vitor Barros Rego

Bianca Cristina Piassava Bonassi


 
 
 

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